sexta-feira, abril 06, 2007

Fatores externos que influenciaram na queda da URSS


Ronald Reagan (a direita na foto) começou seu governo nos Estados Unidos (1981-1989) dizendo que o comunismo estava naturalmente fadado ao fracasso. Alguns historiadores concordam, enquanto outros afirmam que, quando disse isso, Reagan não estava somente bancando o profeta, mas, sim, demonstrando suas próprias intenções.


Reagan promoveu uma mudança brusca nas relações com a URSS, em comparação com seus antecessores, que mantinham certa abertura. Combinando um discurso feroz a constantes investimentos militares, Reagan protagonizou os momentos mais quentes da Guerra Fria. E foi mesmo uma espécie de guerra “fria”: não havia conflitos diretos, apenas o estado de alerta, alimentado por uma escalada armamentista sem precedentes. Foi assim, com ameaças veladas, que o presidente americano deixou os soviéticos em pânico: ao fazer manobras de ataque nuclear em 1983 (exercício chamado Able Archer), ou com o lançamento do programa Guerra nas Estrelas — uma rede de satélites armados enviados ao espaço, com a premissa de “criar um escudo sobre o espaço aéreo americano contra possíveis ataques nucleares”. Com medo de ser atacada, a URSS tentava se equiparar ao poderio militar americano, retirando investimentos de diversas áreas importantes para aplicá-los em tecnologias de guerra. Isso afetou seriamente o desenvolvimento do país, contribuindo para seu fim.


O presidente estadunidense também apoiou movimentos anticomunistas por toda parte. Isso sem mencionar o discurso que fez em 1987, durante as comemorações dos 750 anos da capital Alemã, desafiando Gorbatchev a derrubar o Muro de Berlim, o que efetivamente aconteceu em 1989. O fato, que marca o fim da Guerra Fria, recebeu um comentário espirituoso da primeira-ministra da Inglaterra Margaret Thatcher: “Reagan venceu a guerra sem disparar um único tiro”.

E, por falar em Margaret Thatcher... Foi nela que Reagan encontrou sua principal aliada na cruzada contra o comunismo e a URSS. Dona de opiniões fortes e autora de discursos tão ou mais ferozes que os de Reagan, ela ajudou a pregar os ideais neoliberalistas de diminuir a influência do Estado na economia, o que ia diretamente contra as políticas soviéticas. Chegou ao cúmulo de dizer, em entrevista à revista Woman’s Own, em 1987, que “não acreditava na idéia de sociedade”, e que “o governo não deveria ser responsável nem mesmo por causas sociais fundamentais, como a moradia”. Assim como Reagan, ela também respondeu pronta e amigavelmente às mudanças propostas por Gorbatchev. Segundo ela, finalmente o ocidente capitalista tinha encontrado um homem com quem podia fazer negócio.


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