segunda-feira, junho 12, 2006

Europa Rica e Poderosa?

Nas matérias jornalísticas abaixo é possível pensar um pouco sobre a questão da riqueza e do poderio europeu. Não esqueça que aqui que conclui é você

UMA BOMBA-RELÓGIO EM FORMAÇÃO NA ALEMANHA

Dificuldade com a língua e no acesso ao mercado de trabalho restringe jovens imigrantes a sociedades paralelas

BERLIM. "Nós vivemos na rica Alemanha, mas sem qualquer chance de conseguir um emprego e participar dessa riqueza", diz o turco Büyükcinar Erkan, enquanto aponta para jovens que andam de skate na calçada larga. Erkan veio da Anatólia para a Alemanha há 30 anos. No princípio, sentia-se num paraíso: o salário de motorista de caminhão bastava para o sustento da família - e sobrava para férias anuais na Turquia. Na época do milagre econômico alemão, turcos e outros imigrantes do sul da Europa eram tão disputados que, no início dos anos 70, o milésimo imigrante turco recebeu, ao desembarcar em Frankfurt, uma motocicleta. Mas o "milagre" acabou. Há hoje na Alemanha cerca de cinco milhões de desempregados, e os imigrantes - como 1,5 milhão de turcos que vivem no país - são vistos por muitos como indesejáveis. Os jovens filhos de imigrantes integram um dos grupos mais vulneráveis. Hasan, o filho de Erkan de 19 anos, abandonou a escola e, sem a conclusão do ensino médio, não tem acesso à aprendizagem profissional, que na Alemanha é freqüentemente oferecida pelas empresas. Quando não está dormindo em casa, Hasan fica pelas ruas, desajustado numa sociedade onde não se sente desejado.


BATALHA POR LEGALIDADE E INTEGRAÇÃO
Situação da segunda geração de imigrantes é considerada a mais crítica

LISBOA. A violência urbana que assustou franceses provocou medo também em Portugal. Associações que trabalham com imigrantes - são cerca de 90 reconhecidas pelo governo - temem reações semelhantes no país. Os reflexos políticos e econômicos foram imediatos. Francisco Nunes Correia, ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional, anunciou, segunda-feira, que o orçamento comunitário referente ao período de 2007 a 2013 terá verbas destinadas a bairros críticos nas áreas metropolitanas de Porto e Lisboa. O que é conhecido como bairro crítico em Portugal aproxima-se bastante do que os brasileiros chamam de favela. - Imigrantes, principalmente os de origem africana, que não conseguem emprego vivem nesses lugares em condições precárias e com pouca ajuda do governo - explica Alcides Mendes, presidente da Associação Espaço Jovem de Santa Filomena, na Amadora, periferia de Lisboa. O bairro abriga quem chegou ao país há vários anos. Muitos imigrantes já estão em situação legal, as ainda têm dificuldades de integração. - Existe um racismo camuflado. No fundo, os portugueses não nos querem aqui. Nas últimas eleições municipais, não havia negros na lista de partidos. E nesta região, a maioria da população é negra - observa Mendes.

Fonte: http://oglobo.globo.com/infoglobo/quemlesabe/Diversos/pp29.htm

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